Por que o varejo dos EUA vai contratar menos temporários em 2024 e o que o Brasil pode aprender

Resumo: O varejo nos EUA prevê o menor número de contratações sazonais desde a Grande Recessão. O artigo analisa causas, impactos e lições valiosas para empresários brasileiros se adaptarem à nova realidade do setor.

Por que o varejo dos EUA vai contratar menos temporários em 2024 e o que o Brasil pode aprender

Varejo dos EUA prevê queda histórica nas contratações sazonais para 2024. Entenda causas, impactos e aprenda como empresários brasileiros podem se adaptar e inovar.

As festas de final de ano movimentam todos os segmentos e, historicamente, trazem consigo um aumento significativo nas contratações temporárias, principalmente no varejo. Entretanto, dados recentes divulgados nos principais portais especializados em e-commerce indicam que, para o final de 2024, o varejo dos Estados Unidos prevê o menor número de admissões sazonais desde a Grande Recessão, ocorrida entre 2007 e 2009. Mas o que explica essa retração? Como ela impacta a economia e o comportamento dos consumidores, e o que o empresário brasileiro pode aprender com esse cenário? Vamos detalhar esses pontos ao longo deste artigo.

1. O que são contratações sazonais e por que elas importam?

As contratações sazonais são aquelas realizadas pelas empresas em períodos específicos do ano, como festas de Natal, Black Friday ou datas comemorativas, para suprir o aumento temporário da demanda. No varejo, elas são fundamentais para garantir que o atendimento seja eficiente mesmo diante da elevação no fluxo de clientes e no volume de vendas.

Além de contribuírem para não perder oportunidades de venda, as admissões temporárias também têm um forte impacto no mercado de trabalho, especialmente para jovens e profissionais em busca do primeiro emprego ou de uma renda extra. Essa prática é tão relevante que, segundo informações do Sebrae, pode auxiliar micro e pequenas empresas a reduzirem custos trabalhistas sem deixar de atender à clientela.

2. Varejo dos EUA: motivos para a queda nas contratações sazonais

A previsão de queda nas contratações sazonais no varejo dos EUA é influenciada por diferentes fatores econômicos e sociais. Entre os principais, destacam-se:

  • Crescimento do e-commerce: Cada vez mais, as compras migram para o ambiente digital, exigindo menos mão de obra presencial e mais automação logística.
  • Inflação e consumo moderado: O índice inflacionário fez com que o consumidor reavaliasse prioridades, levando a um cenário de compras mais cauteloso. (Saiba mais sobre inflação na Wikipedia)
  • Otimização de processos: Ferramentas de automação e inteligência artificial estão tornando o atendimento ao cliente e a logística mais eficientes, reduzindo a necessidade de grandes equipes temporárias.
  • Incertezas econômicas: O temor de uma nova recessão faz com que redes varejistas planejem de forma mais conservadora o aumento nos quadros.

Um estudo da Investopedia sobre a Grande Recessão aponta que, em tempos de incerteza, cortar custos trabalhistas é uma das primeiras reações do setor privado.

3. Impactos para a economia e para o consumidor

A redução nas contratações sazonais gera repercussões em diferentes frentes. Para a economia, significa menor geração de empregos temporários, impactando especialmente famílias que complementam a renda nessas épocas. Por outro lado, pode ser sinal de amadurecimento na gestão de equipes e redução de desperdícios para as empresas.

Para o consumidor, a automação e atendimento digital tendem a trazer mais agilidade, embora nem sempre substituam completamente a experiência personalizada que traz proximidade durante o atendimento presencial, especialmente em lojas físicas. O desafio das empresas está em equilibrar tecnologia e humanização, aproveitando os avanços mas sem abrir mão da qualidade no relacionamento com o cliente.

4. Tendências que influenciam o varejo global

As grandes varejistas estão aproveitando as lições dos últimos anos para redesenhar suas estratégias. Algumas tendências que impactam as decisões de contratação são:

  1. Investimento em logística e automação: O crescimento do omnichannel e dos centros de distribuição automatizados reduz a dependência de equipes temporárias grandes.
  2. Análise de dados para previsão de demanda: Ferramentas de BI e análise preditiva, como explicado pelo IBGE, ajudam a planejar estoques e equipes com mais precisão.
  3. Valorização da experiência do cliente: Menos volume de funcionários, mas profissionais mais qualificados e treinados, capazes de resolver demandas específicas com qualidade.
  4. Sustentabilidade e responsabilidade social: Empresas repensam modelos de trabalho para garantir direitos e bem-estar, ainda que em contratos de curta duração.

Estas tendências desafiam gestores a serem estratégicos e atentos às mudanças do mercado, inclusive fora do Brasil.

5. O que o empreendedor brasileiro pode aprender?

Embora cada realidade tenha suas particularidades, o cenário americano serve de alerta para quem atua no varejo brasileiro. É fundamental que pequenas e médias empresas estejam preparadas para adaptar suas estratégias de contratação de acordo com o contexto econômico, utilizando dados e tecnologias acessíveis para tomar decisões mais assertivas.

  • Invista em ferramentas de gestão para dimensionar equipes conforme a real demanda;
  • Considere a automação de processos em áreas como logística, atendimento e vendas;
  • Capacite os temporários para que possam contribuir efetivamente, mesmo em curto prazo;
  • Mantenha atenção ao orçamento — gastos excedentes nas festas podem comprometer a saúde financeira ao longo de todo o ano.

Dessa forma, torna-se possível transformar desafios em oportunidades, mesmo diante de cenários menos favoráveis.

Conclusão

A previsão do menor número de contratações sazonais desde a Grande Recessão nos Estados Unidos acende um alerta importante para o varejo mundial: a necessidade de constante adaptação. Seja por via da tecnologia, pela mudança nos hábitos de consumo ou pela gestão eficiente, a chave está em seguir evoluindo para atender ao consumidor sem descuidar das finanças e do bem-estar da equipe. Fique atento às mudanças do mercado, estude, planeje — assim, seu negócio estará pronto para prosperar, independentemente do cenário.

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Foto de Sobre o autor: Sergio Figueiredo

Sobre o autor: Sergio Figueiredo

formado em Ciências Contábeis com MBA em Controladoria e Gestão Estratégica pela FECAP. Com mais de 25 anos de experiência nas áreas empresarial, tributária e contábil, atuou em empresas como Deloitte, Grupo Remaza, Novartis e Omni Financeira. É especialista em comércio eletrônico, com forte atuação em planejamento estratégico, engenharia tributária e direito societário. Atualmente, é CEO da Agora Deu Lucro, um ecossistema completo de soluções e tecnologia para empresas que atuam ou desejam atuar no e-commerce.

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